terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Frankenstein

Quando dantes ouvia falar de Frankenstein, o meu pensamento iria logo para um monstro grande, cruel, assassino, horroroso e os meus sentimentos assemelhavam-se logo aos elementos comuns a um filme de terror. Mas o clássico escrito por Mary Shelley é muito mais do que isso. O primeiro erro comum a todas as pessoas é pensarem que Frankenstein é o nome do monstro, quando ele revela sim o nome do seu criador. E é a vida dele que acompanhamos neste pequeno livro que se tornou, e muito justamente, num grande clássico da literatura, sendo até criador de um género literário.

Victor Frankenstein é um cientista solitário que consegue realizar um sonho de toda a sua vida: dar vida a uma criatura. Criatura essa que ele depois rejeita, qual pai de um filho bastardo, mesmo quando ele mostra um bom coração e sentimentos nobres, a partir daí a sua criação irá tornar-se num monstro, perdendo toda a sua doçura, devido ao preconceito e ao desprezo de uma sociedade que não o compreende, transformando-se num monstro assassino e vingando-se da pessoa que lhe é mais cruel: o seu próprio criador.

Mary Shelley, cuja idade quando escreveu este livro era de apenas 19 anos e cujos livros fiquei com imensa vontade de ler, não necessita de evocar elementos de horror, nem de escrever aquelas frases feitas que tanto lemos dentro do género, a sua escrita fluída, simples, e directa leva-nos a entrar num mundo onde a solidão, a vontade de amar alguém e ser compreendido, leva a uma obsessão de se vingar de todos, incluindo inocentes E quantas vezes vemos que rejeitados pela sociedade, muitas das vezes apenas pelo seu aspecto como Frankenstein, se tornam maus exemplos?

Se dantes a imagem que Frankenstein me transmitia era de horror, hoje não posso deixar de sentir pena e compaixão de uma criatura assim, apesar de todo o mal que ele acaba por fazer. Um livro intemporal e um clássico de, e para, sempre.

10/10

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