sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O Carteiro de Pablo Neruda

Sinopse: Através de uma história tão original como sedutora, Antonio Skármeta consegue traçar um intenso retrato da convulsa década de setenta no país andino, assim como uma recriação poética da vida de Pablo Neruda. Este romance foi adaptado ao cinema pelo próprio autor em 1993, num filme premiado internacionalmente. Em 1994 estreou-se no Festival de Veneza uma nova adaptação cinematográfica, dirigida por Michael Radford e interpretada por Philippe Noiret e Massimo Troisi, nomeada para vários óscares.

Escolhi este livro para ler a entre "A Catedral do Mar" e "O Jogo do Anjo" (curiosamente os dois passados em Barcelona, agora que penso nisso) por ser uma leitura rápida e com boas referências, aparentemente óptima para servir de interlúdio. De facto, li este livro em apenas um dia.

A premissa é simples: um jovem filho de um pescador, Mario Jiménez, consegue um emprego como carteiro na Ilha Negra, no Chile, mas apenas para entregar cartas ao poeta Pablo Neruda. Simultaneamente, Mario apaixona-se por Beatriz e utiliza a ajuda do poeta para a tentar conquistar.

Sinceramente, tenho de confessar que fiquei um bocado desiludida com este livro, por vários motivos. Primeiro, os diálogos entre Mario e Pablo Neruda começam muito bem, mas quando pareciam caminhar para um nível elevado, pura e simplesmente desaparecem do livro. Depois, já sabia que o livro era curto e, por isso, não seria de esperar grande desenvolvimento de contexto, mas mesmo assim esperava saber mais sobre as convulsões políticas da década de 70 chilena, que são apenas abordadas superficialmente. Por fim, e talvez com a excepção do poeta, as personagens pareceram-me todas unidimensionais. Tal como o desenvolvimento da história por vezes me pareceu algo forçado. Por exemplo, não consegui descortinar o motivo de tamanha adoração de Mario pelo poeta, tendo em conta os encontros que presenciamos. Também não consegui encontrar a "recriação poética da vida de Pablo Neruda" de que fala a sinopse.

Gostei de alguns momentos de humor, das conversas iniciais entre Mario e o poeta e, a espaços, do estilo de escrita de Antonio Skármeta. De resto, pouco mais.

Para resumir: é um livro que se lê bem e depressa, mas não esperem encontrar uma história muito desenvolvida a nível de narrativa ou contexto de época.

6/10

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