Hoje, na conversa de apresentação de mais um Ver para Crer com o 7ºA da EB 2/3 João de Deus, em Montemor, um aluno dizia que é uma pena os livros terem de ser lidos, que demora muito tempo. Ainda se alguém lhos lesse...
- Gostavas que alguém te lesse os livros?
- Sim, gosto de ouvir a minha mãe, quando lê histórias ao meu irmão...
Cada vez mais me convenço que recuperariamos muitos adolescentes para a leitura se lhes lêssemos em voz alta. Acontece com frequência calarem-se quando leio o início de um livro. Progressivamente o silêncio instala-se, com alguns alunos a pedirem aos colegas para estes se calarem, e no final (se não demorar muito tempo) não há ruído.
O mesmo se passa com crianças do 1º ciclo, mesmo as mais irrequietas, mesmo aquelas que têm problemas de concentração ou que não conseguem estar sossegadas. A leitura impõe um ritmo ao corpo, embala através do timbre, do tom, da expressividade. O seu efeito não resulta apenas do interesse pelo texto mas também da reacção física ao som.
Já Daniel Pennac, em Como um romance, explora com sucesso esta estratégia. Não é nada de novo, mas continua a constatar-se.
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