Lembro-me da colcha alentejana aos quadrados. Das tardes à janela e do cheiro dos jantares que saía das janelas dos prédios em volta nos fins de tarde de Inverno em que o frio não nos tocava. Dos jogos de futebol no campo improvisado de alcatrão e do «pára o jogo» sempre que um carro se aproximava. Do assobio na rua que anunciava a presença de alguém. Da campainha que tocava em casa de um vizinho para me chamar para jantar. Ou da travessia do Tejo, de barco ou pela ponte, para fins de semana com adultos marcantes. Ou da chegada do meu avô com um pacote de dois livros da colecção Uma Aventura que me preenchiam as horas.
António Pinho Vargas, Brinquedos, «Solo 1»
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