Autor: José Saramago
Editor: Caminho
Páginas: 413
ISBN: 9722102869
Sinopse
«Um tempo múltiplo. Labiríntico. As histórias das sociedades humanas. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de Dezembro de 1935. Fica até Setembro de 1936. Uma personagem vinda de uma outra ficção, a da heteronímia de Fernando Pessoa. E um movimento inverso, logo a começar: "Aqui onde o mar se acaba e a terra principia"; o virar ao contrário o verso de Camões: "Onde a terra acaba e o mar começa". Em Camões, o movimento é da terra para o mar; no livro de Saramago temos Ricardo Reis a regressar a Portugal por mar. É substituído o movimento épico da partida. Mais uma vez, a história na escrita de Saramago. E as relações entre a vida e a morte. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de Dezembro e Fernando Pessoa morreu a 30 de Novembro. Ricardo Reis visita-o ao cemitério. Um tempo complexo. O fascismo consolida-se em Portugal.»
Sinopse
«Um tempo múltiplo. Labiríntico. As histórias das sociedades humanas. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de Dezembro de 1935. Fica até Setembro de 1936. Uma personagem vinda de uma outra ficção, a da heteronímia de Fernando Pessoa. E um movimento inverso, logo a começar: "Aqui onde o mar se acaba e a terra principia"; o virar ao contrário o verso de Camões: "Onde a terra acaba e o mar começa". Em Camões, o movimento é da terra para o mar; no livro de Saramago temos Ricardo Reis a regressar a Portugal por mar. É substituído o movimento épico da partida. Mais uma vez, a história na escrita de Saramago. E as relações entre a vida e a morte. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de Dezembro e Fernando Pessoa morreu a 30 de Novembro. Ricardo Reis visita-o ao cemitério. Um tempo complexo. O fascismo consolida-se em Portugal.»
Opinião
Em tempo de férias e com uma maior disponibilidade, quer de tempo quer mentalmente, gosto de (re)visitar a escrita de José Saramago, um escritor que me me dá um imenso prazer (re)ler.
O Mundo dá muitas voltas, descubro muitos escritores, de diferentes estilos literários, de diferentes escolas, de diferentes países, como se vivesse numa volta ao mundo na escrita, mas o certo é que volto, e voltarei, sempre à escrita densa, dura, mas poética e bela do prémio Nobel português.
A sua escrita satisfaz-me, a mim não me faz nenhuma confusão o seu modo de escrever, antes pelo contrário: leio com maior rapidez, os seus livros inspiram-me e as suas histórias completam-me.
“O Ano da Morte de Ricardo Reis”, como em quase tudo de Saramago, não é um livro muito fácil de ler, é denso, com muitos e variados caminhos; podemos, se formos um leitor não muito atento, ficar perdidos nos labirintos em que o autor nos convida a entrar.
A história versa sobre Ricardo Reis, pseudónimo do grande poeta Fernando Pessoa, que regressa a Lisboa na altura da morte do seu criador. E vamos acompanhando a sua vida pelos caminhos de Lisboa à procura da sua redescoberta de Portugal, para quem já tinha abandonado o seu país de nascimento há muitos anos, sendo que aí o autor também nos ensina um pouco a História recente do nosso país.
Entretanto, Ricardo Reis recebe a visita do fantasma de Fernando Pessoa e pelo meio ainda tem tempo para viver duas histórias de amor, conhecendo o amor e a paixão, numa história onde a duplicação de personagens, bem ao estilo do grande poeta português, ganha um sentido maior.
Não é o meu livro de eleição de Saramago, ficará pelo pódio, mas é dos livros mais marcantes que já li, pela história original, onde a ficção se mistura com História. Aconselho vivamente a sua leitura, embora pense que não será o melhor para começar a se habituar à escrita de Saramago. Para isso, aconselho o último, o brilhante e divertido, “ A Viagem de Elefante”.
9/10 - Excelente
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