O nevoeiro fez virar o mar em céu. Adornou-o de farrapos de nuvens sobre o azul das águas, depois circundou pedaços de mar com muros de nevoeiro criando hipot´rticos lagos. Do barranco, das furnas e dos contornos da praia saíram espirais de fumo como se de um incêndio se tratasse. A pouco e pouco tudo se desvaneceu, ficando um mar sereno raiado de tons de azul e de pequenas ondas que a medo vinham formar uma orla de espuma na praia.
O sol polvilhou tudo de ouro, o vento refrescou o ar e trouxe o cheiro das estevas e do mar.
Foi por pouco tempo. O nevoeiro arrependeu-se e voltou, trazendo como que velas de barcos, cortinas de fumo e um muro a tapar a linha do horizonte.
Caminha para a Pedra da Agulha, envolve-a com um fino véu, depois com manto espesso. Foge de novo, corre por esta imensidão de mar até que se despede e diz - até breve...
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Do livro: ENTRE O AZUL DO MAR E O VERDE DOS ARROZAIS
Autora: MARIA OLÍMPIA MENDES
Edição: Câmara Municipal de Aljezur
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