Autor: J. R. Moehringer
Título Original: The Tender Bar - A Memoir
Editor: Editorial Presença
Páginas: 485
ISBN: 978-972-23-4170-7
Tradutora: Irene Daun e Lorena e Nuno Daun e Lorena
Sinopse: Um belíssimo livro de memórias, que é também um retrato vivo de uma América no rescaldo da guerra do Vietname. A figura nuclear deste romance autobiográfico é um bar em Long Island, onde o jovem J. R. encontrou um sucedâneo da figura do pai ausente. Durante a sua infância e adolescência, o autor testemunha a interacção diária de todo o tipo de homens - soldados, jogadores, polícias, advogados, vagabundos - que falam de tudo, desde basquetebol, história ou livros, até sexo e relacionamentos. E embora as conversas se inflamem com o álcool, é lá que Moehringer aprende sobre a vida e encontra modelos para formar a sua própria masculinidade, assim como um extraordinário sentido de amor e comunidade. É lá que voltará depois, já adulto, para se retemperar das duras batalhas da vida.
Se existiu um livro que me surpreendeu pela sua qualidade foi "Sede de Viver", até porque seria um livro que, tenho quase a certeza, normalmente não me chamaria a atenção. Primeiro a capa: gosto da simplicidade da fotografia, e também do grafismo. Depois, o que mais me conquistou foi que aquela história daquele rapazito que sonhava em conhecer a Voz, um dos locutores de rádio mais conhecidos da América, poderia ser a minha história de vida, e logo eu que sempre tive o fascínio, desde muito pequeno, pelas vozes que ouvia na Rádio.
O único "desencontro" da nossa história é que o meu pai nunca foi locutor de rádio, quanto ao personagem principal do livro, que é o próprio autor, a Voz é mesmo o seu pai que abandonou a sua casa na altura em que ele nasceu e, por isso, ele nunca o conheceu. E é aí que, na primeira parte, o livro trata da relação entre o autor/narrador e o seu pai, e a vida deste atrás dos microfones da rádio.
Mas a história não versa apenas sobre a admiração entre o autor e o pai, pelo pai ou pela personagem que o pai tem nos estúdios da rádio, uma situação que origina um verdadeiro dilema para o autor/narrador; é um livro onde também se fala de afectos, admiração pelo próximo, da verdadeira amizade, ou seja, fala da vida.
Na segunda parte, começa a aparecer um local de culto, que, aos poucos, vai ganhando uma verdadeira admiração pelo autor/narrador: um bar. Um bar onde parece que tudo se passa, onde a vida ganha outra dimensão, dimensão essa que se torna numa aprendizagem do autor/narrador sobre como é viver, começando, desde o tempo em que começa a frequentá-lo, a criar modelos de vida, tornando-se num homem muito à imagem do que ouviu/viu naquele bar.
Por fim, temos um país e uma sociedade em constante e rápida mutação, e a curiosidade do autor/narrador em perceber o mundo e a vida dentro daquele bar, através das pessoas que por lá passam.
Foi um livro em que me identifiquei muito com a história, divertindo-me com as peripécias da mesma, principalmente com situações que se passaram dentro do bar. Muito bem escrito, de forma clara, quase cinematográfica, sendo possível visualizar, por várias vezes, as próprias paredes, quase sentir o cheiro a álcool, onde parecia estar o mundo inteiro.
8/10 - Muito Bom
Título Original: The Tender Bar - A Memoir
Editor: Editorial Presença
Páginas: 485
ISBN: 978-972-23-4170-7
Tradutora: Irene Daun e Lorena e Nuno Daun e Lorena
Sinopse: Um belíssimo livro de memórias, que é também um retrato vivo de uma América no rescaldo da guerra do Vietname. A figura nuclear deste romance autobiográfico é um bar em Long Island, onde o jovem J. R. encontrou um sucedâneo da figura do pai ausente. Durante a sua infância e adolescência, o autor testemunha a interacção diária de todo o tipo de homens - soldados, jogadores, polícias, advogados, vagabundos - que falam de tudo, desde basquetebol, história ou livros, até sexo e relacionamentos. E embora as conversas se inflamem com o álcool, é lá que Moehringer aprende sobre a vida e encontra modelos para formar a sua própria masculinidade, assim como um extraordinário sentido de amor e comunidade. É lá que voltará depois, já adulto, para se retemperar das duras batalhas da vida.
Se existiu um livro que me surpreendeu pela sua qualidade foi "Sede de Viver", até porque seria um livro que, tenho quase a certeza, normalmente não me chamaria a atenção. Primeiro a capa: gosto da simplicidade da fotografia, e também do grafismo. Depois, o que mais me conquistou foi que aquela história daquele rapazito que sonhava em conhecer a Voz, um dos locutores de rádio mais conhecidos da América, poderia ser a minha história de vida, e logo eu que sempre tive o fascínio, desde muito pequeno, pelas vozes que ouvia na Rádio.
O único "desencontro" da nossa história é que o meu pai nunca foi locutor de rádio, quanto ao personagem principal do livro, que é o próprio autor, a Voz é mesmo o seu pai que abandonou a sua casa na altura em que ele nasceu e, por isso, ele nunca o conheceu. E é aí que, na primeira parte, o livro trata da relação entre o autor/narrador e o seu pai, e a vida deste atrás dos microfones da rádio.
Mas a história não versa apenas sobre a admiração entre o autor e o pai, pelo pai ou pela personagem que o pai tem nos estúdios da rádio, uma situação que origina um verdadeiro dilema para o autor/narrador; é um livro onde também se fala de afectos, admiração pelo próximo, da verdadeira amizade, ou seja, fala da vida.
Na segunda parte, começa a aparecer um local de culto, que, aos poucos, vai ganhando uma verdadeira admiração pelo autor/narrador: um bar. Um bar onde parece que tudo se passa, onde a vida ganha outra dimensão, dimensão essa que se torna numa aprendizagem do autor/narrador sobre como é viver, começando, desde o tempo em que começa a frequentá-lo, a criar modelos de vida, tornando-se num homem muito à imagem do que ouviu/viu naquele bar.
Por fim, temos um país e uma sociedade em constante e rápida mutação, e a curiosidade do autor/narrador em perceber o mundo e a vida dentro daquele bar, através das pessoas que por lá passam.
Foi um livro em que me identifiquei muito com a história, divertindo-me com as peripécias da mesma, principalmente com situações que se passaram dentro do bar. Muito bem escrito, de forma clara, quase cinematográfica, sendo possível visualizar, por várias vezes, as próprias paredes, quase sentir o cheiro a álcool, onde parecia estar o mundo inteiro.
8/10 - Muito Bom
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