Estes quatro pequenos álbuns têm cerca de dez centímetros de lado, com páginas cartonadas e de arestas curvas, para facilitar o manuseamento.
Em Onde?, por exemplo, as respostas começam logo nas guardas, com episódios lúdicos que jogam com a anatomia física dos ratos, levando a inferências cómicas.
As associações são inteligentes, fugindo de esterótipos como o queijo ou o acto de roer, que nunca estão presentes. Em contrapartida, o sapato em impecável estado ou a garrafa cujo gargalo é apertado levam o leitor a especular sobre o desenrolar das cenas. A técnica da colagem e os materiais escolhidos (atente-se no padrão escolhido para as folhas da árvore) conferem aos elementos texturas ricas, profundidade e um jogo cromático que, respeitando a correspondência com o real, opta por uma paleta bem definida, para que os contrastes ajudem a delimitar as formas. É pelo uso da cor e da textura macia ou rugosa, lisa ou com volume, que cada elemento se define e ganha movimento, como se verifica pelas posições dos dois ratos, sempre em situação de comunicação.
A existência de dois ratos e a sua relação não é inocente, já que aproxima o leitor dessa relação dialógica e o convida a entrar no jogo, visualizando momentos de cumplicidade e intervindo neles, ao imaginar o que não é dito mas sugerido. Quem está de entrada e de saída? Será que o outro amigo se aproximará ou, ao contrário, aguarda que Frederico se junte a ele? E quem faz as descobertas, Frederico ou o amigo? O jogo de escondidas entre a erva pode resultar numa descoberta, o interior do sapato é um mistério, assim como o da caixa, e a entrada da toca, ou o ramo da árvore podem convidar a entrar e a subir. Finalmente, quem é Frederico? Se na capa os dois ratos caminham em sentidos opostos, já na contracapa encontramos um às cavalitas do outro. É um convite a brincar, como acontece com dois amigos na interacção com o mundo ao seu redor e na forma como o lêem em conjunto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário