Apesar das experiências passadas com o atelier Diz-me quem és, dir-te-ei o que lês, resolvemos reestruturá-lo, para a primeira sessão do ano 2008, que aconteceu no sábado, no Sobral de Monte Agraço.
A principal lacuna que encontrámos tinha a ver com a sequência das actividades e não com o objectivo principal do atelier, que é o de estimular para a leitura através de um jogo entre as preferências de leitura e os diversos comportamentos de cada um como leitor.
Por isso, a semana passada foi difícil, com muitas dúvidas e tentativas falhadas. Reorganizámos as actividades três vezes e nenhuma nos parecia bem. Ora porque o atelier parecia pouco coerente, ora porque não havia ligação entre as várias actividades, ora porque temíamos que a mensagem final não chegasse a bom porto. Finalmente, chegámos a uma fórmula que nos pareceu aceitável, e que diferia muito pouco da que tinhamos vindo a desenvolver até aqui:
O grupo observaria seis conjuntos de estímulos (um objecto, uma imagem e um excerto de uma narrativa). Cada participante escolheria o conjunto que lhe parecesse mais interessante. Em seguida, colectivamente, imaginar-se-ia o esqueleto de uma narrativa a partir de cada um dos grupos de estímulos.
Depois, os seis livros passariam pelos participantes para que estabelecessem a correspondência entre estes e os estímulos. Pediriamos então aos jovens leitores que escolhessem os livros que mais lhes despertassem interesse.
Em conjunto confirmar-se-ia a correspondência e far-se-ia uma breve apresentação dos livros. Finalmente, os participantes preencheriam um questionário cujo resultado anunciaria o perfil de leitor de cada um.
Assim fizemos. E ficámos muito satisfeitos com o resultado!
O grupo era bom, participaram 14 adolescentes, entre os 10 e os 13 anos, nove raparigas e cinco rapazes. Todos se mostraram leitores entusiastas ou viciados e, no final, alguns foram requisitar alguns dos livros propostos. Ainda tivemos oportunidade de ver Um espelho só meu (Ana Saldanha, Caminho), na mão de uma das meninas... No fundo, limitámo-nos a alterar o formato do questionário, a dá-lo no final e a associar os estímulos em grupos. Mas o certo é que o atelier fluiu com mais naturalidade. Veremos se os resultados se mantêm no futuro.
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