segunda-feira, 31 de março de 2008

Sobre o Homem: Sua verdadeira Natureza e Ministério, de Louis Claude de Saint-Martin

O Verbo sustenta todas as coisas para o Homem

Se não houvesse nenhum poder de harmonia e de ordem, poder este que se engendrou a partir de toda eternidade, nunca veríamos a ordem surgir e vencer a corrupção que ocorre em tudo o que constitui o círculo universal, como vemos, a cada momento, diante de nossos olhos. Sim, proclamemos, em alta voz, que há um Verbo Eterno, depositário da Luz Eterna, da vida e da medida que equilibram, por causa do homem, a desordem, a angústia e a infeção em que ele se afunda aqui neste plano. Se o homem não se mantém constantemente em elevação onde este suporte habita, ele cai novamente no abismo do mal e do sofrimento, no extremo oposto. Não há meio termo para ele: se não usa a força de Hércules, permanece esmagado sob o peso de Atlas.
Sim, toda a Luz Divina é necessária para dissipar as trevas intensas que circundam o homem. Ele precisa de toda virtude divina para equilibrar a região do crime a qual está amarrado; em resumo, se o homem não consegue manter a santidade, permanece afundado na abominação.
É em vão que o homem tenta obter este triunfo através de meias medidas e de frágeis especulações da sua mente e de sua razão. Estes supostos esforços só o enganam, pois são ilusórios.
As distrações fúteis e artificiais as quais o homem prende sua existência diariamente o engana ainda mais; o caminho vivo é o único caminho proveitoso; este caminho vivo só pode ser a própria mão do Altíssimo pois, somente Ele pode manter e governar todas as coisas; Ele criou uma compensação para todas as deficiências.
Quando foi dito que o Dirigente Supremo mantinha todas as coisas pelo poder de seu Verbo, isto não era uma expressão mística planejada para deixar nossa mente em suspense, era positiva e fisicamente verdade, em qualquer ordem que possamos imaginar.
Se o Verbo não sustentasse o Universo em sua existência, dirigindo-o em todos seus movimentos, seu progresso teria um fim imediato e ele retornaria à não manifestação:
É verdade que, se o Verbo não sustentasse as plantas e os animais, eles reintegrariam imediatamente seus próprios germes, que seriam absorvidos pelo espírito temporal do universo.
É verdade que, se o Verbo não sustentasse sua ação e execução, todos os fenômenos do Universo cessariam de se manifestar aos nossos olhos.
Também é verdade, na ordem espiritual, que, se o Verbo não sustentasse o pensamento e a alma do homem, assim como sustenta, diariamente, todas as coisas no Universo, nossas mentes recuariam, de imediato nas trevas e nossas almas no abismo, sobre o qual somos capazes de nos sobrepor, apesar de nossos crimes, unicamente através do inestimável e mais misericordioso poder do Verbo: assim, a menos que sejamos voluntariamente insanos e coincidentemente nossos piores inimigos, não cessaríamos nem pôr um momento a busca pelo Princípio de todas as coisas e pela inclinação ao Verbo; não agir assim eqüivale a negar nossa existência e renunciar a tudo o que é útil nas regiões onde o auxílio advém do Ministério Espiritual do Homem.


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