Sinopse:
O mundo de Alice é perfeito. Professora numa conceituada universidade, é feliz com o marido, os filhos, a carreira. E tem uma mente brilhante, admirada por todos, uma mente que não falha… Um dia, porém, a meio de uma conferência, há uma palavra que lhe escapa. É só uma palavra, um brevíssimo lapso. Mas é também um sinal de que o mundo de Alice começa a ruir. Seguem-se as idas ao médico e, por fim, a certeza de um diagnóstico terrível. Aos poucos, Alice vê a vida a fugir-lhe. Amada pela família, unida à sua volta, é ela que se afasta, suavemente arrastada para o esquecimento, levada pela Alzheimer.
Ainda Alice é a narrativa trágica, dolorosa, de uma descida ao abismo, o retrato de uma mulher indomável, em luta contra as traições da mente, tenazmente agarrada à ideia de si mesma, à memória de uma vida e de um amor imenso.
A minha opinião:
Apesar de esta história estar centrada num tema medonho/asfixiante que é a doença de Alzheimer, surpreendeu-me muito pela positiva. Não consegui parar de ler, até cheguei a ler até às 2h da manhã, o que não é costume em mim, pois tenho a tendência de adormecer antes da meia-noite. Fiquei muito impressionada com a história... Uma mulher tão inteligente, a perder a memória aos poucos, já não conhecendo os seus própios filhos e marido, e perdendo a sua própria identidade...
Senti como se estivesse dentro da Alice e a esquecer tudo. Vivenciei todo o seu pânico e depois toda a sua confusão. De repente, nas últimas páginas, já não havia nomes, eram apenas pessoas: um homem, uma jovem actriz, uma mãe com dois filhos. Era assim que a Alice as via. Estas pessoas eram, na verdade, a sua família. Deveras assustador...! Mas, o que mais me comoveu, foi a luta da Alice, a sua consciência de ser diferente por ter Alzheimer, e acima de tudo, o amor da família.
A história está bem escrita numa linguagem acessível a toda gente. Aprendi muito sobre esta doença. Recomendo altamente!
«Alice queria dizer-lhe tudo o que se lembrava e pensava, mas não conseguia fazer com que todas essas palavras e pensamentos, compostos de tantas palavras, expressões e frases, passassem pelas ervas daninhas e pela lama e se transformassem em sons audíveis.
Tentou resumi-los e concentrou todos os seus esforços naquilo que era mais essencial. O resto teria de ficar naquele local antigo, que sobrevivia.
- Sinto falta de mim.
- Eu também sinto a tua falta, Alice, muito.
- Nunca planeei ficar assim.
- Eu sei.»
Sobre a escritora:
Formada em Psicologia e doutorada em Neurociência por Harvard, Lisa Genova foi investigadora em áreas como a depressão, a doença de Parkinson e a perda de memória. Interessou-se pela Alzheimer quando a sua avó deu os primeiros sinais da doença. Interrogando-se sobre como se sentiriam as pessoas que a vivem, vendo o mundo desagregar-se à sua volta, decidiu escrever este romance. Depois de tentar, em vão, vários agentes, optou por uma edição de autor. O sucesso do livro chamou a atenção e uma grande editora americana adquiriu os direitos. Logo na semana de relançamento, entrou para a lista de best-sellers do New York Times.
Outras Opiniões:
Aqui #1 (Opinião da JM do blog "Favourite Readings". Estou-lhe deveras agradecida por me ter dado a sugestão deste livro que eu desconhecia por completo.Obrigada!)
Aqui#2 (Opinião da Carla Martins do blog "Leitura (mais que) Obrigatória", uma opinião deveras sentida e rica, com a qual partilho 100%.)
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