De um lado está Buda, imponente sobre as colinas desde os tempos medievais, com castelos, igrejas e palácios, namorando o Danúbio lá do cimo da sua elegância altaneira. Do outro lado está Peste, mais moderna, plana e geométrica, desenhada para acolher o comércio, a vida artística, os cafés e os restaurantes mais famosos e concorridos. A uni-las, além da larga estrada fluvial, estão pontes como a das Correntes, a primeira de todas, construída em 1849, mas também a Ponte Elizabeth, a Ponte da Liberdade e a Ponte Margit, que liga a ilha do mesmo nome às duas margens do Danúbio.
Não foi fácil nem pacífica, ao longo dos séculos, a vida desta cidade mágica, que só assumiu definitivamentea unidade das suas duas metades em 1873. Sofreu invasões sangrentas e devastadoras, a destruição causada por guerras e também revoluções que lhe marcaram o rosto e a memória. Mas nunca perdeu o encanto que levou trovadores e cronistas a darem-lhe o justo cognome de "rainha do Danúbio".
Hoje com mais de dois milhões de habitantes, Budapeste orgulha-se da sua diversidade arquitectónica, que vai do românico e do gótico até à Arte Nova, passando por um barroco imponente. Esta concentração de estilos e gostos que coabitam em perfeita harmonia resulta da posição ocupada pela urbe no mapa da Europa Central e a que a transformou numa singular encruzilhada de povos, culturas e vivências, ao longo dos tempos.
.(Extraído do texto de José Jorge Letria para a revista "Tempo Livre", nº 209)
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