Título: Poemas Portugueses – Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI
Coordenadores: Jorge Reis-Sá e Rui Lage
Nº Págs: 2152
PVP: 60,00€
Oito séculos em versos
A Porto Editora lança aquela que será a maior antologia de poesia portuguesa reunida num só volume. Poemas Portugueses – Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI reúne oitocentos anos de poesia, 267 autores e mais de dois mil textos.
A antologia será apresentada no próximo dia 15 de Dezembro, pelas 19 horas, na Fundação Medeiros e Almeida, em Lisboa, a maior antologia de poesia portuguesa jamais reunida num só volume: Poemas Portugueses – Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI, organizada por Jorge Reis-Sá e Rui Lage. Ao prefaciador Vasco Graça Moura caberá a apresentação do livro.
Colaboraram na construção da obra mais de trinta especialistas nos autores em questão ou nos períodos e movimentos a que é lícita a sua associação. Nomes como Eduardo Pitta, Arnaldo Saraiva, Guiseppe Tavani, Nuno Júdice, Fernando J. B. Martinho, Fernando Guimarães ou o próprio Vasco Graça Moura assinam os verbetes que introduzem os poetas constantes na antologia.
Organizada por ordem cronológica do nascimento de cada poeta
Segundo os antologiadores, o elemento de distinção da obra, relativamente às organizadas no passado, é o facto de ela ser “a primeira antologia panorâmica que abarca a poesia portuguesa desde os seus alvores, na transição do século XII para o século XIII até ao ano de 2008”. Para Jorge Reis-Sá e Rui Lage, esta é “a primeira vez que todo o arco temporal do século XX é objecto de um projecto antropológico não exclusivo, isto é, nem temático, nem tendencioso”. A antologia está organizada por ordem cronológica do nascimento de cada poeta, abrindo com a Cantiga de Garvala, de Pai Soares de Taveirós, trovador do primeiro decénio do século XIII, e encerrando com um poema de Luís Quintais, Rasto, datado de Outubro de 2008.
“Uma compilação monumental e pistas fascinantes no interior da cultura portuguesa”
Vasco Graça Moura, prefaciador da obra, considera que Poemas Portugueses “é um trabalho sério e importante, baseia-se num grande conhecimento da literatura portuguesa e em opções de gosto seguras”. Para o escritor, a antologia “recupera autores que, por vezes, não se encontram facilmente disponíveis no mercado editorial” e “propõe ao grande público uma compilação monumental e pistas fascinantes no interior da cultura portuguesa”.
Os coordenadores
Jorge Reis-Sá nasceu em 1977 em Vila Nova de Famalicão. Frequentou, entre 1994 e 2000, os cursos de Astronomia e Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e estagiou no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto onde estudou genética populacional, interrompendo a formação académica para se tornar editor. Editou seis livros de poemas, os últimos dos quais Biologia do Homem, Livro de Estimação e Vou para Casa e cinco de narrativa, entre os quais a memória Por Ser Preciso, vencedor do Prémio Manuel Maria Barbosa du Bocage desse mesmo ano, o romance Todos os Dias, os contos Terra e o divertimento O Dom. Organizou diversas antologias, entre as quais Anos 90 e Agora – Uma Antologia da Nova Poesia Portuguesa e colabora frequentemente com a imprensa.
Rui Lage nasceu na cidade do Porto em 1975. Publicou os livros de poesia Antigo e Primeiro, Berçário, Revólver e Corvo. Traduziu Paul Auster (Poemas Escolhidos), Pablo Neruda (Crepusculário), e Samuel Beckett (Mal Visto Mal Dito), entre outros. Ensaísta e crítico literário, é ainda autor de teatro (Não há mais que nascer e morrer) e de literatura para a infância. Está representado em diversas antologias de poesia. Fundou e dirigiu, entre 1998 e 2004, a revista de literatura, música e artes visuais Águas-Furtadas, editada pelo Jornal Universitário do Porto. Encontra-se a ultimar a sua tese de doutoramento em Literaturas Românicas (Perda, Luto e Desengano: a Elegia na Poesia Portuguesa do Século XX) na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde se licenciou em Estudos Portugueses e Ingleses.
Excertos da introdução de Jorge Reis-Sá e Rui Lage:
“Algo distingue a presente antologia de outras antologias de poesia portuguesa organizadas no passado: esta é a primeira antologia panorâmica que abarca a poesia portuguesa desde os seus alvores, na transição do século XII para o século XIII, cerca de seis décadas após o nascimento do Reino de Portugal, até ao presente, entendendo-se por presente o ano de 2008, data dos poemas mais recentes aqui recolhidos. Em consequência desta novidade, surge uma outra: a de ser esta a primeira vez que todo o arco temporal do século XX é objecto de um projecto antológico não exclusivo, isto é, nem temático, nem tendencioso. Por outras palavras, esta antologia, passe a redundância, começa no começo, e termina na actualidade. O que significa que pela primeira vez os leitores de poesia podem eles próprios, a partir de um único livro, produzir uma apreciação quer sobre a poesia escrita na totalidade do século XX, quer sobre as poéticas do século XX em confronto e diálogo entre si e com os diversos momentos da tradição poética portuguesa ao longo de oito séculos (mais em diálogo do que em confronto, assim cremos). Ou simplesmente fruir dos milhares de poemas aqui compilados, saltando de uns séculos para os outros, começando pelo princípio, pelo meio ou pelo fim, organizando um número indefinido de antologias pessoais. Nestas mais de 2000 páginas coexistem, diacronicamente, mais de 800 anos de poesia, desde a “Cantiga de Garvaia” de Pai Soares de Taveirós, datável do primeiro decénio do século XIII, até Outubro de 2008, data do mais recente poema aqui incluído, “Rasto”, de Luís Quintais. “
“Foi nossa preocupação que esta antologia fosse o mais possível representativa, que abrangesse tantas tendências, sensibilidades e credos poéticos quantos conseguíssemos divisar.”
“A presente antologia encontra-se organizada por ordem cronológica do ano de nascimento de cada poeta.”
“Procurámos convidar, sempre que possível, para redigirem os brevíssimos verbetes respeitantes aos 267 poetas aqui antologiados, especialistas nos autores em questão ou nos períodos e movimentos a que é lícito associá-los. Mas também quisemos envolver estudiosos e investigadores mais jovens, em início de percurso académico. Bem como poetas, pois não raro é da leitura que estes fazem dos seus pares que resultam algumas das mais interessantes intuições acerca de poemas e obras poéticas.”
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Excertos do prefácio de Vasco Graça Moura:
“Suponho que esta é, se não a mais extensa, uma das mais extensas antologias da poesia portuguesa que já se publicaram. Inclui 264 autores e mais de dois mil poemas. Sendo uma antologia, no entanto, implica uma selecção, quer dos autores incluídos quer dos textos apresentados. E assim, por muito abundantes que eles sejam, não deixa de correr alguns riscos de incompletude, o que necessariamente acontece com todas as antologias, seja por limitações objectivas de extensão, seja por opção dos próprios antologistas.”
“Este é um trabalho sério e importante, baseia-se num grande conhecimento da literatura portuguesa e em opções de gosto seguras, recupera autores que, por vezes, não se encontram facilmente disponíveis no mercado editorial, percorre um arco de tempo que vem dos cancioneiros medievais até aos nossos dias, permite cruzamentos, correlações e derivas, enfim, propõe ao grande público uma compilação monumental e pistas fascinantes no interior da cultura portuguesa.”
“Ora, olhando para trás do século XIX, quem salvaremos hoje num panorama que se estende por vários séculos? D. Dinis, Bernardim, Sá de Miranda, Ferreira, Bernardes, Camões, Rodrigues Lobo, D. Francisco Manuel de Melo, Tolentino, Bocage e Garrett mais aqueles quatro nomes, apesar de tudo com as significativas diferenças de qualidade dos respectivos estros e sem esquecer a enorme altura a que Camões e Cesário pairam acima de todos os outros?
E havendo já algum recuo e alguma perspectiva quanto aos poetas portugueses da primeira metade do século XX, além de Pessanha, da constelação heteronímica pessoana e de Sá-Carneiro, quantos mais ficarão? Nemésio, Régio e Torga, e, na segunda metade, Jorge de Sena, Sophia, Eugénio, David Mourão-Ferreira, O’Neill e Herberto Hélder?
Só os filtros do tempo e da sociedade poderão dar resposta a estas questões. Mas a presente antologia é um excelente instrumento para podermos corrigir e afinar esses e outros juízos e também para compreendermos melhor a nossa literatura em perspectiva diacrónica, nas suas grandezas e nos seus equívocos do passado e do presente.”
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