segunda-feira, 8 de junho de 2009

Coleção de livros do Projeto Bem-Me-Quer

No dia 28 de maio foi lançado na sede do Itaú Cultural, em São Paulo, uma coleção de livros do Projeto Bem-Me-Quer, do INDICA (Instituto dos Direitos da Criança e do Adolescente). No final de 2008 recebemos uma ligação da equipe do Indica nos convidando (o grupo FIRIMFIMFOCA) para gravar seis das nove histórias de uma coleção de livros paradidáticos que seriam lançados e distribuídos a 2.600 entidades sociais apoiadas pelo Itaú Cultural. É claro que topamos.

Por acaso estava em Sampa na ocasião do lançamento da coleção e pude reencontrar o escritor Jonas Ribeiro (na foto acima) e a editora Denyse Cantuária e Iago Sartini, além de conhecer pessoalmente a até então amiga virtual Lígia Pin (também na foto acima). Mas a vitrine da noite eram os livros. De fato. Não é cômoda para nós, Roedores de Livros, a idéia de que o livro serve para alguma coisa. E esta coleção trata da boa convivência entre as diferenças: sociais, sexuais, religiosas, raciais, etc. Mas o cuidado que o INDICA dispensou a obra fez com que eu pensasse melhor a respeito.

Um time de autores experientes como Adriana Falcão, Anna Claudia Ramos, Jonas Ribeiro, Gilles Eduar, Flávia Lins e Silva, entre outros, ao lado de ilustradores tarimbados como Ana Raquel, Jô Oliveira, Leicia Gotlibowski (ilustradora argentina que não conhecia e fiquei fã) e José Carlos Lollo, para citar alguns, deram uma pincelada de arte no produto final, muito bem acabado no belíssimo projeto gráfico de Alex Chacon. Dois livros foram ilustrados por Maurenilson, ilustrador veterano, amigo dos Roedores (mora em Brasília), e que agora estreia na literatura para crianças e jovens. Que venham outros tantos.

Diante de tantos livros, há os que saltam aos olhos. O texto de Jonas Ribeiro, As Meninas Descalças, é muito bom. Roda-Gigante de Adriana Falcão fica mais encantador em combinação com as ilustrações+recortes+colagens de Lollo. Pena não poder levá-los juntos para o áudio. Marina e Makolelê, de Gilles Eduar - como sempre - alcança o ouvido das crianças com seu texto curto e ilustrações coloridas. Como Somos de Flávia Lins e Silva mostra o quanto um escritor precisa estar atento ao seu cotidiano para pescar boas ideias na boca das crianças.

As histórias são para várias faixas de idade. Textos curtos. Textos longos. Temas clássicos - como A Cor do Ovo, de Chico Salles, sobre preconceito racial. Outros nem tanto presentes na literatura para jovens como Porque eu não consigo gostar dela?, de Anna Claudia Ramos, que trata da homossexualidade com cuidado e talento. Enfim, uma coleção e tanto. Estou certa de que a coleção faria sucesso em todas as escolas - se tratadas com a devida atenção por um professor-mediador. Como já disse antes, o Itaú Cultural, comprou a ideia, o Indica criou o produto e 2.600 instituições receberão o kit com 9 livros e um audio-livro para que - principalmente - os deficientes visuais possam desfrutar das histórias.

Por falar eu áudio-livro, Aldanei Andrade, Míriam Rocha, Simone Carneiro e Tino Freitas participaram da gravação de seis das nove histórias. É particularmente emocionante poder desfrutar delas em livro (nós recebemos só os textos) e descobrir a força que um bom ilustrador aliado a um projeto gráfico criativo podem dar a um livro. Esperamos que ao ouvir as histórias gravadas, as crianças possam viajar nas palavras e colorir sua imaginação com os personagens, com os cenários, com o que de melhor cada história pode passar.
Parabéns ao INDICA pela competência com que trataram o projeto. Roemos e indicamos. Que, no futuro, estes livros possam alcançar outros tantos leitores. Hatuna Matata.

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