Título: As Suspeitas do Sr. Whicher
Autor: Kate Summerscale
Chancela: Bertrand Editora
N.º Páginas: 364
P.V.P.: 16,50 €
Sinopse:
Na madrugada do dia 29 de Junho de 1860, alguém entrou no quarto das crianças da Road Hill House, mansão de Samuel e Mary Kent, situada no vilarejo inglês de Road, e sequestrou Saville, o filho de três anos do casal. Horas depois, quando o alarme foi dado pela ama, o corpo da criança acabou por ser encontrado na latrina dos empregados, na área externa da casa. Saville tinha a garganta dilacerada. Não havendo provas de entrada forçada na propriedade, todas as atenções se voltam para a família e empregados da casa.
O assassinato de uma criança de 3 anos numa mansão em Road Hill, Inglaterra, em 1860, chocou aquele país e o mundo porque o assassino era alguém muito próximo do filho mais novo da família Kent. Este crime, que de resto mudou a história da investigação, da literatura e de uma época, foi reconstituído pela jornalista Kate Summerscale e a história valeu-lhe entretanto o British Book Award, o Prémio Galaxy e o conceituado Prémio Samuel Johnson.
O caso, que acabou por inspirar escritores como Charles Dickens e Arthur Conan Doyle, foi conduzido na época pelo inspector Jonathan Whicher, da Scotland Yard. E é pois sobre esta história verídica que abalou a sociedade da época e cujos ecos se fazem ouvir ainda hoje, na sociedade, na literatura e na investigação criminal que trata este As Suspeitas do Sr. Whicher.
A minha opinião
Kate Summerscale transporta-nos ao século XIX, ao ano de 1860, ao relatar um facto verídico do assassinato de um menino de 3 anos. Baseando-se em notícias dos jornais e no arquivo da polícia, a autora constrói uma história bem urdida do que se passou na noite do assassinato, 30 de Junho, mas também de alguns acontecimentos passados e futuros. A suspeita de que o assassino do pequeno Saville teria de ser uma pessoa da casa tornou-se por demais evidente e a investigação começou logo ali. Este assassinato mudou completamente a população inglesa. Todos queriam opinar sobre o assassinato e chegavam, inclusive, a escrever cartas para os jornais e polícia, dando a sua versão do assassinato e de quem teria sido o assassino. Daí a até surgirem os primeiros detectives foi um passo. Os primeiros detectives amadores surgiram primeiro na ficção, mas depois começaram a proliferar na vida real. «O primeiro detective na literatura inglesa era um detective amador: August Dupin, personagem criada por Poe. Resolvia os crimes sem procurar as pistas no local do crime, mas antes descortinando-as nos relatos dos jornais. A era do detective profissional mal começara, mas a do detective amador já desabrochara por completo.», servindo de exemplo para muitos dos romances policiais posteriores. Mas o caso tornava-se cada vez mais difícil de solucionar e só com a confissão do assassino, em 1865, é que se conseguiu chegar ao seu final. Em Agosto desse ano os escultores do Museu Madame Tussaud modelaram uma esfinge do assassino para ser exibida na Câmara dos Horrores do Museu juntamente com figuras recentes de dois outros assassinos: o doutor Pritchard, o envenenador, e John Wilkes Booth, assassino de Abraham Lincoln.
Para quem gosta de policiais este é um livro diferente sobre a matéria, mas um livro a não perder.
Sobre As Suspeitas do Sr. Whicher
- Número 1 do Sunday Times
- Publicado em 16 países
- Vencedor do 2009 British Non-Fiction Book of the Year Award
- Vencedor do 2009 British Book of the Year Award
- Vencedor do Samuel Johnson Prize 2008
- Finalista do Crime Writer’s Association Gold Dagger 2008
- Finalista do Mystery Writers of America Edgar Allan Poe Award 2009
- Eleito pelo Daily Telegraph como uma das 50 melhores leituras de sempre para o Verão
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