sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Racionalismo Cristão Responde, de Fernando Faria

TRECHO:
1. O que é o Racionalismo Cristão?
1.1 O Racionalismo Cristão é uma doutrina essencialmente
espiritualista e espiritualizadora. Os trabalhos são dirigidos pelo Astral
Superior e, como existe um Presidente Astral na direção espiritual de cada
Casa Racionalista Cristã, torna-se evidente que as Práticas Racionalistas
em nada se assemelham com a magia negra rotulada de espiritismo, que
tem por base a invocação de espíritos para os mais variados fins.
1.2 O Racionalismo Cristão é praticado tão-somente nas Casas
Racionalistas Cristãs, no Centro Redentor, com sede na cidade do Rio de
Janeiro, Rua Jorge Rudge, 119 (Casa-Chefe) e nas suas filiais e
correspondentes dispersos pelo Brasil e estrangeiro.
1.3 O Racionalismo Cristão bate-se pela Verdade e deseja que todos
se esclareçam sobre a finalidade da Vida e a maneira correta de conduzirse
numa existência terrena, para evitar sofrimentos desnecessários e perdas
de encarnações.
1.4 O Racionalismo Cristão é Doutrina estruturada em Princípios
bem definidos codificados no livro Racionalismo Cristão, ilustrados na
obra A Vida Fora da Matéria e desenvolvidos em várias outras
publicações editadas pelo Centro Redentor. Ele ensina a conhecer a
Verdade, explana as realidades da vida através de concepções baseadas nas
lições deixadas por Jesus na Terra, que sucessivas deturpações tornaramnas
irreconhecíveis.
1.5 O Racionalismo Cristão é Doutrina Espiritualista, cujos
Princípios visam o esclarecimento humano, sem se preocupar com
religiões, seitas ou credos, mas defende a Verdade dentro dos limites dos
conhecimentos humanos, a fim de que todos se conheçam como partículas
da Inteligência Universal, saibam de onde vieram, para onde irão e o que
precisam fazer para lograr bom êxito nas suas tarefas e missões na Terra.
1.6 A condenação eterna é uma balela. Portanto, todos terão
oportunidade de chegar à Verdade explanada pelo Racionalismo Cristão,
no decorrer de dias, meses, anos ou, se necessário, séculos.
1.7 Ao Racionalismo Cristão cabe uma grande e sublime Missão,
ainda que bem árdua e por muitos não compreendida: restabelecer a
Verdade e reimplementar os magníficos ensinamentos de Jesus na Terra.
1.8 O Racionalismo Cristão foi implantado na Terra pelo Astral
Superior, e aí está a maior garantia da sua estabilidade perene. Os que
gostam de viver no mar das ilusões, no reino da fantasia ou no país dos
sonhos, não encontram ambiente propício no Racionalismo Cristão, onde
se ensina que todos têm de enfrentar a dura realidade da vida com
coragem, renúncia e abnegação.
1.9 O Racionalismo Cristão — sem outra idéia, outro intuito, outro
interesse que não seja o de fazer a humanidade despertar para a realidade
da Vida — propõe-se a revelar à humanidade os esclarecimentos de que
necessita para sair da obscuridade espiritual em que ainda se encontra, tão
danosa, tão prejudicial à sua evolução.
1.10 Por não ser religião mas escola espiritualizadora, não possui
esta Doutrina deuses nem adoradores e empenha-se em oferecer aos seres
humanos um roteiro seguro para uma vida sadia e evolutiva.
1.11 O estudioso do Racionalismo Cristão aprende a confiar em si
mesmo, na sua capacidade espiritual e no poder da vontade para lutar e
vencer.
1.12 A faculdade de raciocinar é um atributo que todos possuem para
ser usado. E todo ser humano, como parte integrante que é da Inteligência
Universal, tem, em estado latente, os mesmos atributos dessa Inteligência,
devendo fazer todo esforço para os desabrochar e desenvolver. Entre esses
atributos se encontra, precisamente, a faculdade de raciocinar. A prática do
Racionalismo Cristão leva-o por esse caminho.
1.13 Os estudiosos do Racionalismo Cristão não são, por isso,
adoradores, nem pedinchões, nem lamuriosos, nem farrapos mentais.
Todos sabem que são grandes os obstáculos que surgem, a cada passo no
caminho da vida, mas que os poderão vencer com os próprios recursos
morais de que dispõem.
1.14 Nessa Doutrina se ensina que o espírito é uma minúscula fração
da Inteligência Universal evoluindo. Nela também se demonstra ser o
Universo constituído de Força (Espírito) e Matéria, enchendo a Força, que
incita e movimenta todos os corpos, o espaço infinito.
1.15 Um dos grandes objetivos do Centro Redentor é a expansão e
difusão a Doutrina Racionalista Cristã, porém, sempre dentro de critérios
cautelosos e racionais, a fim de se evitar a degenerescência para um
sensacionalismo incompatível com os nossos Princípios.
1.16 É um engano pensar-se que todos os seres estão maduros para
receberem a Doutrina Racionalista Cristã. A maioria precisa despojar-se,
primeiramente, de uma pesada carga de hábitos, crenças, limitações e
temores correspondentes a estados crônicos de pensamentos errôneos que
a impede, por enquanto, de tomar um caminho diverso daquele por onde
vem palmilhando, há séculos os milênios.
1.17 Por isso, não se deve discutir sobre crenças. O desabrochar é
sempre de dentro para fora, dependendo do estado interior do indivíduo e
da sua capacidade de aprender concepções espirituais.
1.18 Diz-se que Jesus recomendava que não se semeasse sobre os
abrolhos. É o caso. Devemos ter percepção suficiente para não pretender
propagar a Doutrina em meio hostil.
1.19 As ocasiões de nós nos manifestarmos sobre o Racionalismo
Cristão surge naturalmente e a oportunidade se apresenta sem ser
provocada. O caminho certo é indicar o Centro Redentor nos casos de
interesse despertado sem procurar o interrogado estender-se em
explanações. A exposição da Doutrina deve ser sempre feita sob a ação do
Astral Superior, o que se dá dentro das correntes fluídicas formadas nas
Casas Racionalistas Cristãs.
1.20 Portanto, absorvidos os ensinamentos do Racionalismo Cristão,
não há necessidade de fazer-se qualquer comentário sobre o seu conteúdo
com pessoas estranhas à Doutrina, para evitar discussões e choques entre
pontos de vista divergentes.
1.21 As explanações doutrinárias são feitas, exclusivamente, nas
Casas Racionalistas Cristãs. Procurem-nas os que estiverem interessados
nos ensinos nelas difundidos. Poderão, também ,ser dadas explicações por
carta, quando solicitadas. Não há quem não se possa pôr em contato com a
Doutrina. As portas estão abertas e o serviço postal à disposição da
coletividade.
1.22 No Racionalismo Cristão não há, não houve, e jamais haverá
qualquer ato que exprima intento de aliciar ou de conquistar adesões. O
que existe, realmente, é a satisfação de receber, no seio comunitário da
nossa Doutrina esclarecedora, todos os investigadores sinceros, a fim de se
prepararem — libertarem-se do domínio fanatizante dos dogmas, rituais e
mitos escravizadores — para contribuírem para a evolução do Planeta.
1.23 Contudo, a teoria de que devemos esperar que a humanidade
chegue até nós ao invés de procurarmos chegar a ela era aceitável
antigamente, porém, inaceitável perante o nível de desenvolvimento de
nossa sociedade atual. Ver essa humanidade mergulhada no atoleiro da
perturbação e degradação em que se encontra, e mantermo-nos numa
atitude de passividade, sem nos preocuparmos em mostrar-lhe, através da
difusão necessária, os benefícios que nossa filosofia espiritualista pode
proporcionar, seria o mesmo que praticarmos um lamentável crime de
omissão.
1.24 Quando as Práticas Racionalistas Cristãs não puderem, numa
caminhada da vida, transformar para melhor, na medida desejada as
condições terrenas, essa transformação se dará, fatalmente, ainda nesta ou
nas outras encarnações futuras. Não há razões para se perderem as
esperanças. O período de uma encarnação é como uma gota d’água no
oceano, em comparação com a vida eterna, a que todos estão sujeitos.
1.25 Há uma Escola Filosófica denominada “Racionalismo” que não
deve ser confundida com o Racionalismo Cristão. Aquela é de fundo
materialista, ao passo que este é eminentemente espiritualista. Estão,
portanto, em posições diametralmente opostas. Por essa razão, diz-se
sempre “Racionalismo Cristão” e não, simplesmente, “Racionalismo”,
quando se faz referência à Doutrina Racionalista Cristã.
1.26 O Racionalismo Cristão não tem qualquer ramificação nem se
assemelha às Religiões ou outras Doutrinas existentes na Terra; é uno e
possui um só código e uma só disciplina. Em todas as Casas Racionalistas
Cristãs o processamento dos trabalhos é idêntico, nelas imperando os
mesmos inalteráveis Princípios. Essa unidade é mantida com a mais
escrupulosa observância, em rigoroso respeito às instituições e à direção
do Astral Superior. Um Presidente físico de uma Casa Racionalista Cristã
poderá presidir os trabalhos em qualquer outra filial, que não notará
nenhuma discrepância no método e na disciplina adotados.
1.27 O Racionalismo Cristão, com os seus ensinos teóricos e
práticos, oferece ao ser humano a melhor oportunidade de viver de
maneira consciente e racional, realizando um seguro e eficiente programa
de trabalho sem desperdícios, sem erros evitáveis, dentro do princípio de
solidariedade e confraternização. É uma Doutrina esclarecedora,
construtiva, moralista e purificadora, empenhada em restabelecer a
Verdade nos conceitos espirituais da vida.
1.28 Ouvir as lições do Racionalismo Cristão e não colocá-las em
prática é negligenciar uma tarefa do mais alto valor. Os que não lograram,
nesta existência, a rara felicidade de aproximar-se da Doutrina, têm
justificativa para não proceder como ela recomenda, mas, os que a
conheceram e, indolentemente, permaneceram alimentando erros,
incorrem numa falta de penosas conseqüências.
1.29 O Racionalismo Cristão é uma Doutrina espiritualista e explica,
de forma simples e racional, quem somos, de onde viemos e para onde
vamos.
1.30 O Racionalismo Cristão foi codificado por Luiz de Mattos, em
1912, com o lançamento da obra básica O Racionalismo Cristão, em 1914.
Seus princípios, no entanto, são tão antigos quanto o mundo. Esses
Princípios foram ensinados por Jesus, o Cristo, antes dos Evangelhos.
Dentre esses Princípios, destacam-se
• A lei da evolução espiritual, através das encarnações;
• A lei de causa e efeito: Não as faças que as pagas;
• A importância do Pensamento, do Raciocínio, da Vontade e da
Renúncia na vida dos seres humanos;
• O valor da Disciplina, do Trabalho, da Moral, do Livre-Arbítrio e
da Família;
• Descartar do espírito a fé, as rezas, as crenças, o pedir e o louvar,
bem como, o perdão, o milagre, a graça do evangelho bíblico e a
salvação;
• Ter a convicção de que, sob a denominação de Astral Superior,
compreendem-se todos os espíritos de Planos Superiores, que
superintendem a evolução deste Mundo, em comum acordo com
Jesus, o Cristo. São Espíritos do Astral Superior que propiciam as
Limpezas Psíquicas.
1.31 O Racionalismo Cristão, por tratar-se de uma filosofia
espiritualista, isenta, portanto, de misticismo ou religiosidade, não admite
o sobrenatural, mistérios nem dogmas. Tudo no Universo e na Vida tem
explicação racional, dentro das leis comuns, naturais e imutáveis, que tudo
regem.
1.32 A Doutrina Racionalista Cristã iniciou-se, primitivamente, com
a denominação de “Espiritismo Racional e Científico Cristão”, valendo-se
da mediunidade de pessoas bem intencionadas e da prática rudimentar do
Espiritismo, para poder firmar as suas bases. À medida que foi evoluindo
científica e espiritualmente, transcendeu-se do conceito Espírita para o
Racional tomando, então, a designação própria de Racionalismo Cristão,
que cuida única e exclusivamente do esclarecimento da humanidade e da
sua evolução. Desta forma, ocupa-se em espiritualizar, educar, instruir,
levantar as almas combalidas, fortificar os corpos enfraquecidos, combater
os vícios e ensinar a criatura a ser justa, valorosa, honrada, simples e
verdadeira.
1.33 O Centro Redentor é a Casa do Racionalismo Cristão. Assim
como no ser humano o espírito tem o seu corpo físico, esta Doutrina
também tem o seu corpo físico, a sua sede material, que é o Centro
Redentor, uma casa apropriada à divulgação dos seus ensinos. A palavra
“Redentor” dá sentido de libertação, pois, na realidade, é a Verdade que
faz os homens livres espiritualmente, e nas Casas Racionalistas Cristãs
expõe-se a Verdade. Pelo fato de ser “Centro”, não há que se confundir
com “centro espírita”, que é coisa diferente. É centro porque centraliza,
porque é lugar de convergência de atividades específicas que promovem a
cultura espiritual, assim como, simplesmente, há Centros Culturais. Os que
nele ingressam encontram ambiente acolhedor de paz e tranqüilidade.
Durante as Sessões, trabalham os Espíritos dirigentes do Racionalismo
Cristão em prol da evolução do Mundo. Assim procedem para
normalização do estado psíquico das almas angustiadas, torturadas pelo
sofrimento da vida, e para a higienização do ambiente terráqueo, no qual
pululam milhares de milhões de espíritos perturbados.
1.34 A obra básica do Racionalismo Cristão, dentro de sua natural
simplicidade, é bem profunda e deve ser vista como o alicerce basilar de
conhecimentos cujo vigamento é forçoso ser erguido pelo esforço de cada
um. Nos seus princípios fundamentais estão consubstanciadas uma
concepção nova do Universo e da vida e uma conduta sã para os seres que
a queiram seguir. Tal conduta, mercê dos conhecimentos que propicia,
impele a criatura para o conhecimento de si própria, como Força e Matéria,
mostrando que em toda manifestação de vida há um bruxuleio de
inteligência que, como em nós próprios, faz parte da vida total.
Aprendemos, assim, a saber que somos pequenos fachos de luz,
ainda muito embotados, de um imenso clarão que impulsiona o Cosmos —
que é a Vida Inteligente Universal.
Força e Matéria são, no sentido doutrinário, a síntese do Universo!
Força é Vida, é Inteligência, é o princípio que tudo cria e anima. Só
poderemos entender a Vida, no que ela possui de universal, de grandioso e
profundo, conhecendo-nos a nós próprios, portanto, entendendo-nos como
“inteligência”, e só é possível compreendermos o que somos como
Matéria, devassando, com o auxílio da Física, esse microscópico sistema
planetário que é o átomo. Com o seu estudo moderno, fragmentando-o em
elétrons, mostrou-nos o homem de ciência que a matéria, outrora julgada
inerte, é um grande reservatório de energias, as quais, no dia em que
puderem ser utilizadas, mudarão o aspecto da face da Terra.
São esses pacientes trabalhos, desenvolvidos por pesquisadores do
saber, que nos permitem afirmar que “da estrela mais distante, ao barro
que pisamos, somos todos feitos do mesmo material”.
Essas duas palavras, Força e Matéria — que sintetizam o homem e o
Universo — representam, para as futuras gerações, um programa de
estudos e realizações que continuará sempre, sem jamais parar.
1.35 O Racionalismo Cristão faz um apelo eloqüente e constante ao
estudo e ao raciocínio, no sentido de que todos compreendam a
necessidade imperiosa de se entregarem a perseverante esforço, para se
tornarem cada vez melhores.
O conhecimento da vida real, que é um processo contínuo de estudo,
jamais será compreendido por aqueles que se limitam a repetir, sem
raciocinar, conceitos ligados a dogmatismos religiosos ou concepções
obsoletas.
Por tudo isso, a divulgação dos Princípios Racionalistas Cristãos é,
nos tempos que correm, medida imperiosa e de grande alcance.
Luiz de Mattos lançou o Racionalismo Cristão depois de sentir bem o
estado deplorável a que chegara o caráter humano, e fê-lo sem poupar
esforços, certo de poder oferecer ao mundo o grande e único recurso para
dirimir os graves males morais que estavam, e ainda estão, assolando.
A sua vida de homem honrado, digno, empreendedor, prudente,
perseverante e destemido, foi um exemplo de ação vivificante que
perdurará como incentivo de forte repercussão na consciência vigilante das
gerações presentes e vindouras.
Ele não quis impor a ninguém uma disciplina que não pudesse
executar, e não condensou uma norma de conduta que não fosse a sua; daí
a principal razão de haver sempre falado com a autoridade que lhe era
peculiar, definidora da convicção que possuem os que sabem que podem
dar o exemplo.
Procedeu Luiz de Mattos com o especial cuidado de apresentar os
princípios racionalistas cristãos de modo prático e simples, ao alcance de
todas a mentalidades, e o resultado aí o temos, vendo-os compreendidos e
acatados por todas as classes sociais.
E tão simples são eles, que em uma só palavra poderiam ser
sintetizados: essa palavra é CONDUTA. De fato o seu desdobramento visa
esse grande objetivo de dar à criatura uma norma de conduta. E quando
dizemos “norma de conduta”, referimo-nos ao procedimento do indivíduo
na coletividade, em obediência à filosofia cristã. Por isso mesmo, o
Racionalismo se chama também Cristão.
O que constitui uma realidade incontestável é que Luiz de Mattos,
com este código de disciplina Cristão, criou uma mentalidade nova, que
dia a dia mais se expande, à medida que dele vão tomando conhecimento
aqueles que, nesta encarnação, já conseguiram partir as algemas das
crendices e das concepções místicas.
É, pois, sob uma norma de conduta bem definida, modelarmente
conduzida, que o racionalista cristão há de impor-se na luta pela vida, à
consideração e ao respeito de todos. Não são as palavras, mas os atos e as
atitudes, que assinalam o valor dos princípios que a criatura adota.
A vida ordenada de cada pessoa é o reflexo do seu sentir espiritual, e
de nenhuma forma pode a conduta humana aproximar-se mais da doutrina
de Jesus, codificada por Luiz de Mattos, do que estabelecendo uma norma
de viver calcada, rigorosamente, nos ensinamentos racionalistas cristãos.

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