sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Fio da Navalha (O) - Somerset Maugham


A acção do livro passa-se entre Chicago e Paris nos anos vinte e trinta do século XX.

Somerset Maugham, ele próprio narrador participante, oferece-nos a história de vários personagens que se interligam em torno do personagem central: Larry Darrel, jovem americano que vê o seu melhor amigo morrer para lhe salvar a vida.

Este acontecimento dá o mote para este brilhante romance.

Larry questiona-se acerca do sentido da vida.

Esta questão Maugham coloca-a em contraponto com a futilidade diárias de outros fascinantes personagens que, com as suas histórias, vão-nos dar um fresco da superficialidade e mesquinhez do jet-set europeu e norte-americano, cujas vidas banais são elas próprias representativas da decadência que já se percebia.

Maugham é brilhante na exploração desses dois universos antagónicos. O primeiro um universo místico, onde a busca do sentido da vida, do imaterialismo, do desapego, da tentativa de encontrar um sentido para a existência é explorado através das andanças e descobrimentos de Larry. O outro, um universo materialista, elitista, onde o status é condição sine qua non para ser alguém é também ele brilhantemente explorado pela personagem de Elliot, ela também soberba.

A mediar estes mundos temos o próprio Maugham que, com a sua sensibilidade e experiência de vida, vai colectando informações, conversas e confissões que, ligadas entre si, fazem desta obra algo de verdadeiramente soberbo.

Quem terá sido, na vida real, Larry Darrel?

Sim, questiono quem terá sido, porque, no meu íntimo, não duvido nem um minuto na realidade desta história. Até porque Maugham narra os factos que conhece, deixando-nos adivinhar o resto, deixando sempre no ar possibilidades, conjecturas.

Somerset Maugham é um escritor genial e este livro, não sendo aquele que mais gostei do escritor, é ele, por si só, uma pérola da literatura universal.

Classificação: 6

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